quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Querida mamãe!

Atendendo ao pedido de minha querida mãe, e vocês sabem que eu não ousaria recusar um pedido de mãe, deixarei de lado minha pseudo-literatura de ficção para lhes proporcionar um pouco de sabedoria sobre minha brilhante vida na Europa.

Para começar, eu mudei né. De casa. Fruto do meu desentendimento com o polonês da outra casa, vim parar em uma casa com mais quatro brasileiros e um canadense. A casa é bacana, o pessoal é bacana, mas tem seus lados negativos também. A parte ruim é que todo mundo fuma na sala, portanto, ao me visitar você corre o risco de voltar para casa fedendo cigarro, coisa que não acontece nem quando você vai para a balada por aqui.

Outro ponto é que eu divido o quarto com todos moleques da casa. Ou seja, somos em quatro num quarto. O que a primeira vista parece ser um grande problema, mas que não é um tão grande assim. Todos temos horários de trabalho variados e, com isso, temos nossos momentos de privacidade. E, mesmo assim, sempre passamos o tempo todo na sala. Quarto é só para dormir.

No quarto somos eu, Rafael (Guzula), Itamar (que mora na Vila Duzzi, São Bernardo do Campo) e nosso querido jovem de Vancouver Brendan. Este último é um caso a parte. Aos 18 anos de idade, o menino largou a vida fácil no Canada para viver por aqui. Mas o fato é que ele não percebeu que a vida aqui não é tão fácil. Portanto o garoto passa dia e noite (e eu digo noites e noites sem dormir) na pratica de W11 black and white. Joga Master Liga e tudo.

Fuma igual um capeta, cada dia traz uma garrafa maior de Jamesson para casa. Com tudo isso, não lhe sobra tempo para ir atrás de emprego. Ele, assim como eu, também teve uma experiência frustrada na venda de pacotes de Sky, mas também desistiu com uma semana. As vezes lhe bate o desespero e ele vai atrás de algum dinheiro, mas isso é normalmente às 19h, o que é muito tarde para se procurar um emprego. E assim ele vai levando a vida, até que ele fique sem dinheiro e não consiga mais pagar o aluguel e seja chutado sem piedade por nós.

O outro quarto é de casal e ficam as meninas da casa, Rafaela e Jaca. Elas são as mais velhas na casa, são de Santa Catarina, se não me engano, e não há muito para se dizer sobre elas.

De resto, continuo trabalhando pouquíssimo. Meu tédio pela falta do que fazer me faz querer sair toda noite, o que na semana passada me rendeu um prejuízo astronômico. Esta semana estou me controlando mais, mas mesmo assim a grana vai embora. Nem credito para o celular to comprando mais. De volta às vacas magras.

Os planos de viagem continua firme e fortes, mas não teve mais novidades. Natal e ano novo passarei trabalhando. Não sei se exatamente na data, mas nos arredores com certeza. Isso é bom pois terá bastante trabalho e, hopefully, com bastante gorjetas.
Bom. Talvez um dos posts mais desinteressantes do todos os tempos. Mas na tarde desta quinta-feira cinzenta é o melhor que posso oferecer.

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Euro Trip Super Star Delux 2009


No dia 27 de janeiro começa-se mais uma fase na vida de Felipe Raboni Floresti. A tão esperada grande Euro Trip 2009 terá início ao embarcar junto com seu comparsa Michael Becker no aeroporto de Dublin rumo a Londres. Serão exatos 36 dias transitando neste mundão de trem e avião. O roteiro já está todo pronto (só falta comprar as passagens e transformar as coisas em algo mais concreto).

Mas vamos aos sonhos:
Dia 27 de janeiro às 11h50 o avião partirá de Dublin Airport com destino ao London Gatwick. Lá reencontrarei minhas amigas Manuela Natália Ballotin, Nadia Moragas e Luciana Campos e, talvéz, encontrarei meu antigo amigo Jeferson Barbosa Rosa que está morando lá e é primo do grande jogador do Chelsea Deco.

Após isso, no dia 29 de janeiro, embarcaremos para a cidade de Porto (sabe como chama quem nasce em Porto? Portoguês.).. Lá ficaremos apenas até o dia 1º de fevereiro, quando iniciaremos nossa perambulação de trem.

Daí não pararemos mais. Passaremos por Lisboa, Madrid, Barcelona, Marseille, Nice (Mônaco), Milão, Berna, Paris, Bruxelas, Amsterdã, Berlim e por fim Praga. Provavelmente chegaremos ao destino no dia 1º de março. Daí seguiremos na capital da Republica Checa até o dia 4 de março, quando embarcaremos às 10h25 para a Dublin.

No dia seguinte, Michael Baker embarcará de volta para a cidade de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, enquanto eu terei até o dia 13 para ficar em solo europeu. Talvez eu ainda faça mais uma viagem,mas está em aberto. Depende da grana.

Voltando à realidade:

Até o dia da grande viagem (que é a grande empolgação da minha vida no momento), tem um loooongo chão para ser percorrido. Principal obstáculo, arrecadar dinheiro. O fato é que eu não deixarei de viajar, o que mudará é o conforto e a quantidade de recursos a ser convertido em diversão.

Atualmente eu estou trabalhando cerca de 20 horas por semana, o que me garante rendimentos ínfimos. Ainda tenho um certo dinheiro em minha conta bancária, o que me dá certa tranqüilidade. Mas este não é o bastante. A minha esperança é que meu chefe paquistanês me garantiu (e você sabe que palavra de paquistanês tem valor, já que quando eles falam que vão por uma bomba no próprio corpo eles realmente colocam e explodem tudo) que quando eu tirar férias e for liberado pela legislação irlandesa a trabalhar 40 horas por semana, eu trabalharei 40 horas por semana.

Outras garantias de que isso val acontecer é que meus queridos colegas de trabalho Yanick, francês, e Zolte (Checo já citado aqui) deixarão o The Merrion Hotel mais ou menos na época que tirarei férias. Como a recessão européia impede o hotel de contratar novas pessoas e o Natal seja o período de maior movimentação, estou confiante.

Assim trabalhando bastante entre dezembro e janeiro, acho que dará para ganhar dinheiro o bastante.

Curiosidade:
Acabada as viagens, o que restará é a espera pelo dia de voltar para o meu confortável lar doce lar. Mas as pessoas me perguntam: “Are you looking forward to go back to Brazil?” (falo em inglês porque a última pessoa que me perguntou foi minha supervisora lituana Rita). Mas enfim. A resposta é não sei. Manja? Tipo. Voltar para o Brasil é igual ter vindo para a Irlanda. Não sei o que esperar, então não posso dizer que estou ansioso ou não.

O que me dá vontade de voltar é a curiosidade para ver o que que vai pegar. Como vou me portar, se vou sentir saudades das Zoropa, se vou arrumar emprego, se vou querer ser jornalista, se vou querer viajar mais, se vou virar repositor de chinelo... stálingrado? Como diria o Rodriguinho Sangue Bom: ”Só sei que.... não sei. Tumtumtum The groove, the groove, the groove is in te heart”.