terça-feira, 30 de setembro de 2008

Lair Ribeiro

Uma vez o meu iraquiano temporário amigo de trabalho chamado Ali me disse: “You`ll have good days and shit days. What you have to do is wait for de good days and enjoy then”. Quando ele me disso isso, estava se referindo a venda de Pacotes da Sky.

Porém, contudo, pensando nisso, agora tudo faz sentido. Não sei se é na Irlanda, na Europa, em Dublin ou só com as pessoas que eu conheço que estão na Irlanda. Mas tudo é regido por uma força gaélica maior que faz tudo se equilibrar no final. Não entrarei em detalhes sobre acontecimentos e desacontecimentos com minha pessoa ou a meus semelhantes. Mas que é fato, é fato. Ou não.

Enfim, o que ocorre é que quando você tem uma preocupação maior na sua vida, as coisas que você não se importa simplesmente vão bem. Desta maneira, você pode se concentrar na resolução daquele especifico problema. Porém, contudo, quando você finalmente resolve aquela primeira situação (ou simplesmente fica de boa porque cansou de pensar à toa), alguma das coisas que você não se importava e simplesmente andavam bem, começam a se complicar.

É o papo de sorte no jogo e azar no amor. Se está pegando uma mina gostosinha, perde o emprego. Se tá trabalhando e se divertindo, precisa arrumar um lugar para morar. Se tem um monte de amigos e propostas de viagens, fica sem dinheiro e sua mãe fica doente. Se tomou uma bota, alguém chega em casa com um monte de cerveja e revista de mulher pelada para todos seus amigos verem juntos.

Mas você sabe. Os astros não seguem uma ordem exata. Ou seja, isso não é uma regra precisa. Tem gente que ganha milhões de dólares (ou euros no caso) e são felizes e saudáveis. Mas também tem gente que morre sem querer. Tem gente que perde emprego e, quando triste e voltando para casa em um ônibus lotado, é encochado por um negão safado. Tem gente que vai comer na cama vendo TV, mas no caminho da cozinha para o quarto derruba o garfo e faz maior sujeira e, depois que teve um trabalhão para limpar, chega no quarto e ta passando um filme das irmãs Olsen. Dai fodeu.

Enfim. É isso... gostaram?? Se cuida Lair Ribeiro.

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

nine-to-five

Vamos lá. Vamos ver se eu consigo. O objetivo é postar neste tão querido blog sem ter absolutamente nada para escrever. Vou falar sobre meus dias. A grande verdade é que nesta semana eu não estou trabalhando muito, portanto o meu tempo ocioso é grande. Segundo o papel da semana passada, eu teria que trabalhar somente nesta quinta-feira. Portanto na segunda-feira a tarde meu querido supervisor checo Zjolte me ligou me dizendo para ir nesta terça-feira, que foi ontem. Daí eu fui, trabalhei oito horas e trinta minutos. Depois fiquei de bobeira.

Agora é ficar de bobeira o tempo todo. Até sábado. Portanto, minhas obrigações são somente ir na aula. Mas ontem não fui, pois queria sair e me esbaldar. Mas não rolou. Era uma terça-feira e não encontrei muitos candidatos. Hoje eu também não vou, vou ir ver Linha de Passe, o filme novo do Walter Salles, que está passando um cinema underground aqui.

Mas amanhã, to dentro. Além disso. Hoje eu fui às compras. Comprei um monte de comida. Fui de bicicleta. Sou um péssimo ciclista. Depois a Luciana veio aqui, ela não tem onde morar, mas trouxe sorvete de Honeycomb. Ela ficou pouco tempo, pois uma pessoa ligou para que ela fosse ver um apartamento. Mas ela prometeu voltar, para tomarmos o sorvete.

O João também estava aqui. Ele mora no meu prédio, é de Araçatuba, e usa jargões como: “Magiiina”, “Qué iiisso” e “Vamos estravazar”. Agora ele foi trabalhar, mas ele estava preenchendo o papel pleiteando uma vaga no The Merrion Hotel. Ele tentará entrar na vaga de Inga, uma Lituana loira de olho azul e feia que adora fazer piadas de baixo calão que eu nao acho a menor graça mas dou uma risadinha amarela. Assim como os Maurícios, que também gostam desse tipo de piada que meu senso de humor apurado não gosta muito.

Mas enfim. Voltando ao linha de passe. Iremos eu, Katiane e Luciana. Elas são da região de São Paulo (algum lugar da Zona Leste) em que se passa o filme. As duas, inclusive, dizem conhecer o rapaz que no longa interpreta um motoboy. A Katiane é au-pair de duas crianças irlandesas. Seu maior hobby é falar de si própria, portanto eu acabo sabendo de todos os detalhes de sua vida com sua querida Rebeca (menina que ela toma conta e futura gorda, segundo a própria Katiane). A Katiane também entrega jornal no Metro pelas manhãs, mas reclama de seus curtos rendimentos.

O Michael não vai no cinema. Hoje ele está trabalhando o dia todo para compensar os últimos dois dias, em que ele se absteve do trabalho. Provavelmente ele já estará em casa no momento em que sairemos para o Film Irish Institute, mas o fato é que ele não está apto a grandes caminhadas.

No último domingo, dia da grande final do Campeonato Nacional de Futebol Gaélico, em que se enfrentaram Karry e Tyrone, sendo que o segundo se sagrou campeão, Michael, eu, Katiane, João e a turma aqui do prédio nos dirigimos ao Pub Big Tree. Já tínhamos bebido antes, bebemos mais no pub (que estava superlotado, com diversas garotinhas do interior da irlanda. As interioranas são uma graça, as dubliner não. Foi bem divertido).

Prosseguindo. Após o pub, já alcoolizados, nos dirigimos até a living party do nosso amigo cruzeirense Bruno Rocha. Ele está retornando para o Brasil nesta quinta-feira e queria se despedir dos amigos. Fomos lá. O club chamava-se Odeon e tocava musica brasileira. Tinha até uma escola de samba, mas estava repleto de italianas (Obaa!). Bebi mais. Bebemos mais. Fiquei bêbado e o Michael também.

Na verdade esta história toda é para falar do Michael. Para quem não sabe, o menino de exatas do interior do Rio Grande do Sul se transforma quando bebe. Para quem nunca dança, é sempre centrado e sabe programar computadores, ele sai despirocando, fala com a primeira pessoa que aparece e as vezes tem atitudes não muito bem compreensíveis.

Então. Na hora de retornar para a casa, o menino se depara com um grupo de amigas e vai conversar com ela. O fato das garotas estarem se dirigindo para a direção oposta não o deteve, que se desligou de nosso grupo e sumiu nas ruas de Dublin.

Paramos para comer e quando chegamos em minha casa, o indivíduo já estava em sua cama. Mas não estava normal, estava com o pé para o alto e inchado. Ou seja, a bebedeira o fez pisar em um buraco e torcer o pé quado se aproximava de casa. Resultado: ficou dois dias de cama e não poderá correr uma maratona por um longo tempo.

É isso. Gostaram?? Não né. Este post teve dois objetivos: o primeiro foi fazer as pessoas que pedem para eu postar com mais freqüência ver que não é uma boa idéia e para quem reclama que não é citado aqui, ficar satisfeito.

Compreendido?!?!

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Seis meses

Oi..

No último dia 13 completou seis meses de que eu entrei no avião no aeroporto de Congonhas e parti para tentar a vida no 1° mundo. Estou exatamente na metade do tempo planejado para ficar aqui fora, portanto minha intensão era fazer uma lista com todos meus objetivos e desejos para estes últimos três meses. Porém não rolou. Meus goals por aqui (e em qualquer outro lugar) são muito inconstantes.

Por exemplo, minha meta é trabalhar até janeiro, juntar uma boa grana, viajar por pelo menos 15 países da Europa e posteriormente voltar para o Brasil. Mas há sempre uns poréns. O porém número um é que eu já não agüento mais trabalhar (queria só o dinheiro sem o menos esforço [Acho que eu sou a única pessoa no mundo que quer isso]), então se eu juntasse uma grana boa antes disso, nada me impediria de sair para a bagunça antes do tempo.

Outra coisa é que eu fui para Roma (os detalhes desta brilhante aventura vocês podem conferir no meu Picasa) e adorei lá, aquela coisa meio terceiro mundo meio primeiro mundo, aquelas praças.. seria bem legal perder mais um, ou dois, ou três meses da minha vida aprendendo o italiano, conhecendo italianas.. ai vai que eu caso e fico lá para sempre.. vai saber..

Também teve o contrário... uma menina aqui engravidou de um irlandês e voltou para o Brasil... vai que eu engravido uma irlandesa e tenha que voltar, fugindo, para o Brasil. Tiveram dois que tiveram problemas com a família, outro não agüentou de saudade de seu amor, outro não se contentou com a vida de trabalhador braçal por aqui e quis retomar a vida de doutor.

Viram?? Um mundo de possibilidades está por ai. Mas eu ainda digo que minhas metas incluem estudar mais e praticar algum esporte. Papo sério. Vocês acham que eu vou?? Eu vou..

Bom.. se não dá para falar do futuro, falarei do presente e do passado, afinal os seis meses merece uma reflexão e um balanço geral.

As coisas por aqui já foram bem piores. No primeiro dia estava perdido, sem mala e cheguei em uma casa com 19 desconhecidos sob um som ensurdecedor de música eletrônica. Passei uns bons meses sem emprego e grana, contando moedas e evitando comprar um sorvete. Fiquei um tempão chorando de amores e saudades. Agora as coisas estão mudando... sempre disseram que depois de uns seis meses você se habitua.. não sei se é bem uma regra... mas as coisas vão se ajustando. Tudo bem que estou falando isso uns 5 dias depois de ter voltado da viagem e tal, mas o que eu posso dizer é que estou numa relex, numa tranqüila, numa boa.

Porém, e sempre tem um porém, ainda sinto saudades da turma por aí (esses dias vi o Pietro na Webcam.. ele ta lindo ee cabeludo.. muleque lindo) e a cidade de Dublin ainda é uma bosta (ainda mais após ter voltado da grandiosidade de Londres e do calor de Roma). Aqui ainda é frio, sem grandes opções de entretenimento e meu ciclo social não é dos maiores. Mas tamo aí na atividade.

É isso..

Ahh.. by the way, este é meu primeiro texto produzido diretamente do meu brand new laptop. Uma grandiosa aquisição. Bom, agora deixe-me ir que amanhã eu tenho que fazer mini-bar.

Beijooos